É o que podemos chamar ao processo de negociação do CCTV do sector rodoviário do transporte de mercadorias, em que a posição da ANTRAM foi de bloqueio de todas as matérias que vão além daquelas que foram objecto de actualização, nos termos do CCTV. Por parte da ANTP nem resposta houve.
Perante a apresentação de uma proposta por parte da FECTRANS, a reivindicar um aumento das rubricas indexadas à tabela salarial no mínimo de 150€ e a atualização das rubricas de ajudas de custo no mínimo de 15%, a ANTRAM respondeu com um conjunto de argumentos, que verificámos tratar-se de meras hipóteses e incertezas e que agora se confirma serem infundadas.
Apesar de se terem manifestado para reunir em Janeiro, acabaram por fugir a qualquer discussão do aumento das rubricas de ajudas de custo, reivindicação mais do que justa pois, se isso não acontecer, são os trabalhadores que têm de pagar para trabalhar!
CONTINUAR A VALORIZAR E MELHORAR AS CONDIÇÕES DE TRABALHO
Se é verdade que em 2018 se deu um passo significativo na valorização dos profissionais do sector de transporte rodoviário de mercadorias, com a revisão integral do CCTV, o qual garantiu o distanciamento do salário base face ao SMN, a manutenção e a criação de cláusulas que integram a massa salarial, a definição de valores mínimos para as ajudas de custo, acrescendo ainda um conjunto de direitos e garantias, que foram reforçados nos processos de 2019 e 2022.
No entanto, a realidade não é estática e o brutal aumento do custo de vida que, se não for compensado com o aumento das ajudas de custo, significa que os trabalhadores terão uma redução dos seus rendimentos.
Já em Maio de 2023 a FECTRANS/STRUP enviou uma proposta sobre estas matérias, tendo em conta que nessa data já se sentiam dificuldades pelos trabalhadores em fazer face às despesas com as deslocações em serviço, hoje é ainda mais evidente que os valores recebidos são manifestamente insuficientes e por isso continuaremos a insistir para não fechar as negociações!
LEVAR A REIVINDICAÇÃO PARA AS EMPRESAS
Se a ANTRAM e ANTP não querem discutir estas matérias, só há um caminho, começar a apresentar propostas reivindicativas em cada uma das empresas, a partir da discussão e organização com os trabalhadores.
Não baixar os braços é o caminho, que nenhum trabalhador se mostre indiferente na defesa dos seus interesses e direitos e o STRUP/FECTRANS continua a discussão com os trabalhadores e irá desenvolver iniciativas em torno das principais reivindicações para a melhoria das condições de vida e trabalho.
Não há resultado na negociação colectiva sem a participação activa dos trabalhadores e todos juntos seremos mais fortes.
Comunicado STRUP/FECTRANS aqui ---->>>>
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