Protesto contra o encerramento da estação de Coimbra 10Jan2025Decorreu ontem um protesto contra o encerramento da ligação ferroviário entre em Coimbra e Coimbra B, anunciada para amanhã.

O SNTSF/FECTRANS, em conjunto com a USC- União de Sindicatos de Coimbra, mais o MUSP – Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos e a Associação Juvenil Projecto Ruído, promoveram este protesto a que se juntaram muitas dezenas de utentes.

Esta medida faz parte de um enorme crime no que respeita à mobilidade na região, que foi o encerramento do ramal da Lousã, retirando-o da rede ferroviário nacional, anulando assim enormes potenciais de desenvolvimento regional.

Foi uma decisão mascarada com roupagens de modernidade de transformar uma linha ferroviária num metro de superfície, que foi uma estratégia em várias linhas nacionais, mas como a vida demonstrou de forma avulso e sem qualquer estratégia.

Depois de muitos anos, deixámos de ter ligação ferroviária, o anunciado metro, (ou comboio a metro), ficou na gaveta e o que se nos oferece agora é um autocarro em canal dedicado, mas como menor oferta por hora e já depois de, ao longo destes anos, as populações terem arranjado formas alternativas de mobilidade.

Estamos perante um crime cometido à cidade e à região, que tem responsáveis, mas que infelizmente não estão sujeitos a nenhuma condenação, porque são os serventuários de interesses das políticas de direita que se têm alternado no governo e nas autarquias.

Podemos não conseguir evitar a morte provocada da ligação ferroviária entre Coimbra e Coimbra B, mas não acabaram as razões da nossa luta e desde logo, pela defesa da estação de Coimbra que deve ser colocada ao serviço da cidade e não de interesses privados.

As razões da nossa luta são mais abrangentes e por isso relembramos as reivindicações do recente Fórum realizado na cidade de Coimbra, em que diversas organizações assumiram 4 importantes reivindicações:

  1. Evolução para um sistema de transportes integrados, em que todos os modos funcionem de forma articulada e complementar, sob a coordenação de uma única entidade que junte governo, autarquias e os diversos intervenientes no sistema:
  1. Um sistema assente numa lógica de serviço público, e que tenha como objectivo central a alteração do paradigma da utilização do transporte individual para o transporte colectivo que reduzam os tempos de percurso, com custos acessíveis e no sentido de servir melhor os utentes, dotado dos meios técnicos, humanos e financeiros para a prestação de um serviço de qualidade:
  1. Ter como objectivo o sentido da progressividade da gratuitidade dos transportes públicos, reivindicando-se no imediato a criação de um passe intermodal (para a utilização de todos os modos de transportes na área da CIM – Coimbra) com preços iguais aos das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto – 40€ mensal; gratuito para jovens até aos 23 anos; 80€ por família e 20€ acima dos 65 anos de idade;
  1. Que se valorize o trabalho e as profissões dos trabalhadores de todas as empresas, de modo a combater a falta de efectivos e fixar os trabalhadores nas empresas, condição fundamental para a prestação de um serviço de qualidade, seguro e fiável.

Ontem manifestamos o nosso repúdio por mais um ataque à cidade e aos conimbricenses, mas continuamos com o compromisso e galvanizados para continuar a luta pela defesa de um sistema de transportes públicos ao serviço da região e das populações.

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