CP Valorizar os salários e as profissõesA administração da CP marcou uma reunião de negociação para o próximo dia 9 de Julho, pelas 10h30m e em função disso, todas as organizações sindicais da CP emitiram hoje um comunicado conjunto.

Esta é a primeira reunião com a administração da CP após a eleições, pelo que se espera que o Ministro, que ainda não respondeu ao pedido de reunião das organizações sindicais, tenha dado as orientações necessárias para resolver um problema, que não resolveu com o argumento que estava em gestão, quando das lutas do mês de Maio.

Os trabalhadores da CP exigem o cumprimento integral do acordo de reestruturação das tabelas salariais, negociado no início de 2025 e consensualizado com todos os sindicatos do setor, com o aval da CP e do próprio Governo.

O Governo está em pleno exercício de funções, Ministérios e Secretaria de Estado conhecem o processo de reestruturação das tabelas, bem como o seu Relatório Final, que obteve o acordo inédito de todas as organizações sindicais com representatividade na CP.

Esse acordo pretende repor parte do poder de compra perdido ao longo da última década, garantir aumentos salariais justos e adequar as remunerações à importância da empresa, que presta um serviço essencial — como comprova o facto de os seus trabalhadores terem estado sempre na linha da frente na última pandemia.

Por outro lado, a atualização salarial aplicada em 2025 na CP, por ato de gestão, ficou, incompreensivelmente, abaixo dos valores praticados na Administração Pública — uma atitude discriminatória evidente — e desconsiderou a progressiva valorização do salário mínimo nacional desde 2018, um progresso social que, paradoxalmente, tem tornado cada vez menos atrativas as profissões ferroviárias.

Na sequência dos conflitos laborais de maio de 2025, os sindicatos suspenderam as formas de luta na expectativa de que, após as eleições, a tutela e a administração da CP honrassem os compromissos assumidos. O próprio Ministro das Infraestruturas reconheceu então a legitimidade das reivindicações, mas alegou estar impedido legalmente de agir. Ora, esse alegado impedimento já não existe. E o silêncio atual é inaceitável.

É público que a CP é confrontada com enormes dificuldades para recrutar e, sobretudo, reter profissionais — consequência direta de salários desvalorizados e de condições que afastam quem está na empresa e desencorajam quem poderia vir. Esta realidade tem forte impacto na operação: comboios suprimidos, horários instáveis, serviço degradado. As populações sentem-no. O país também!

Apesar disso, após um novo pedido de reunião urgente à tutela, as estruturas sindicais continuam a ser ignoradas. O adiamento do diálogo, o desrespeito pelos compromissos assumidos e o arrastamento intencional de decisões, precipitam medidas que, contra a nossa vontade, podem resultar em formas de luta, que são sempre o último recurso.

Comunicado completo AQUI

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