A administração da CP, seguindo as orientações do Governo, procura colocar os trabalhadores a escolherem o mal menor, relativamente à proposta de actualização de salários para 2024 e apresentou mais dois cenários (já são 9), em que na prática puxa de um lado mas destapa no outro, porque o valor de partida é baixo para valorizar o salário de todos.
Assim, nesta semana enviou os novos cenários;
Cenário H
Até 960€ - 3%+28€;
De 960€ a 1 250€ - 3%+23€;
De 1 250€ a 2 023€ - 3%+9€;
Mais de 2 023€ - 3%
Cenário I
Até 1 754€ - 53,3€;
Restantes – 3%
Este é um processo que de negociação nada tem, já que a postura da administração é de impor um valor de referência, procurando que as organizações sindicais escolham o mal menor.
Os diversos cenários não respondem às aspirações dos trabalhadores de todas as categorias profissionais, de verem valorizados os seus salários e as suas profissões e não distancia os salários praticados na CP do SMN – Salário Mínimo Nacional, o que é um problema do presente e do futuro, numa empresa onde não se conseguem fixar os actuais trabalhadores e onde existe muita dificuldade de recrutar novos efectivos.
De referir que 64,8% dos trabalhadores estão na faixa que vai do SMN até 1 250€.
Neste processo é caso para se dizer que cenários há muito, mas o dinheiro continua a ser pouco.