A greve da CP decorre com uma grande adesão, demonstrando uma forte unidade e luta em torno da exigência da valorização das carreiras e profissões.
A palavra suprimido é a mais lida e ouvida nas estações ferroviárias, devido à paralisação esmagadora dos trabalhadores de todos os sectores de actividade da CP, que tem na parte mais visível o encerramento das bilheteiras e a redução da circulação aos chamados serviços mínimos, mas também nos sectores oficinais e técnico/administrativo as adesões são muito elevadas, o que deve servir de meditação à administração/governo para alterar a sua posição na negociação.
Os trabalhadores lutam pela valorização das carreiras e profissões, o que é estratégico para a CP, que se confronta com uma incapacidade de recrutar novos trabalhadores e fixar os actuais e sem trabalhadores a empresa não funciona.
A administração fala nos excelentes resultados da empresa, segundo ano consecutivo com lucros, no aumento de 17% dos passageiros transportados, mas isto faz-se actualmente com menos trabalhadores, que tem como consequência o aumento das cargas de trabalho, significando muitas vezes trabalhar 30 dias num mês.
Os salários de entrada, mesmo com a proposta da administração, estão cada vez mais próximos do SMN – Salário Mínimo Nacional e a diferença da base ao topo, após cerca de 30 anos de carreiras é pouco mais de 100€, para profissões de elevado nível de exigência técnico/profissional e por isso, acontece que em vez de se aumentar o número de efectivos, o resultado em cada ano é serem menos que no ano anterior.
Nos últimos dias foi mais a preocupação da administração relativa à “má imagem” da greve, do que a preocupação da degradação do serviço ferroviário que se vem verificando, que origina constrangimentos todos os dias e que se deve também à redução de trabalhadores, que estão confrontados com a desvalorização das suas profissões.
Nesta manhã, os elementos do piquete de greve na estação de Santa Apolónia, receberam a solidariedade do Grupo Parlamentar do PCP, através da presença do deputado António Filipe.
Diversas organizações sindicais internacionais endereçaram mensagens com a manifestação da solidariedade e apoio com a luta dos ferroviários da CP.
Destas destacamos a o RMT (Rail, Maritime & Transport) do Reino Unido, que numa mensagem assinado pelo seu Secretário-Geral, manifesta todo o apoio à luta em curso, transmitindo assim a posição da Assembleia Geral Anual do Sindicato, que decorre nesta semana.
Igual manifestação de solidariedade foi manifestada numa mensagem enviada pelo secretariado europeu da UIS - TPPC (União Internacional dos Trabalhadores dos Transportes, Portos, Pesca e Comunicações), estrutura sectorial da FSM – Federação Sindical Mundial.
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