Os recentes desenvolvimentos na CP demonstram que, para o governo/administração, para resolver o problema da falta de trabalhadores, passa por práticas de canibalismo laboral.
Quando desafiámos a administração a negociar a distribuição dos ganhos de produtividade por todos os trabalhadores, a sugestão que nos apresentaram foi, “se houver alguma categoria profissional que queira assumir mais funções, pode-se discutir isso”.
Em vez de se trabalhar para aumentar os salários, criar melhores condições para fixar e recrutar novos trabalhadores, a solução do governo/administração é mais polivalência, de modo que, cada trabalhador, faça quase tudo, à custa da destruição de postos de trabalho.
A solução na CP como nas outras empresas, passa pela valorização dos salários de TODOS os trabalhadores e pela valorização das profissões, tratando de forma específica aquilo que é diferente, a solução não é de uns passarem a fazer o trabalho de outros, seja qual for a categoria profissional.
Não se fomenta a “paz social” criando diferenças como as que hoje existem, de haver aumentos na ordem dos 8% para uns e cerca de metade para a maioria dos trabalhadores, porque ao contrário do que escreveu na carta enviada ontem aos trabalhadores, “estas melhorias salariais” NÃO “são um passo importante no reconhecimento do trabalho desempenhado por todos os trabalhadores”.
A empresa é um todo e o governo/administração têm que ter isto em conta, caso contrário terá a mobilização daqueles que se sentem injustiçados.
A luta tem que ser contra as opções do governo/administração e não de trabalhadores contra trabalhadores.