Numa reunião realizada hoje ao final da tarde, o presidente da administração da CP informou todas as organizações sindicais, de que, o governo não autorizou a administração a aplicar a última proposta que nos apresentaram.
Estamos perante um processo inédito, em que depois da administração nos apresentar no passado dia 24 um texto final de acordo, que estávamos dispostos a aceitar, vêm agora dar o dito, por não dito, e ficamos sem um acordo, que permitia dar um passo importante para a solução de um problema estrutural na CP, que é a sua incapacidade de fixar trabalhadores e recrutar novos, que sem este acordo se agrava, porque nos impuseram um aumento muito inferior ao Salário Mínimo Nacional.
Apresentaram-nos uma proposta de acordo para a qual não tinham aval do governo, pelo que poderemos questionar: que credibilidade é que terá qualquer negociação que façamos futuramente com esta administração?
O presidente da administração informou que o governo recusou a proposta com o argumento de se encontrarem em gestão e não poderem autorizar as medidas previstas no acordo que se resumem a 3 temas:
- Reposição da diferença dos salários na CP com o SMN – Salário Mínimo Nacional de 2018, com efeitos a 1 de Janeiro de 2025;
- Redução dos tempos de permanência com efeitos a 1 de Janeiro de 2025;
- Actualização salarial de 4% em Dezembro de 2025 (esta já foi uma cedência das organizações, porque a negociação efectuada até ao final do ano passado, previa que fosse a Julho deste ano).
O mesmo governo que diz não poder decidir porque está em gestão, foi o mesmo que, muito recentemente, veio anunciar o novo plano ferroviário, ou seja, está em gestão para umas coisas, mas noutras podem decidir sem problemas.
Não entendemos esta decisão, pois a CP não ia necessitar de um único cêntimo para cumprir com a proposta, a verba a utilizar seria do próprio orçamento, com recurso à utilização de rúbricas que tinham capitação em excesso ou desnecessária para este ano.
Comunicado conjunto completo AQUI
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