FerroviárioUnidosO SNTSF/FECTRANS reuniu hoje com a administração da CP, que informou dos recentes desenvolvimentos na empresa, com soluções parciais que acentuam desigualdades entre trabalhadores e que abrem a porta ao descontentamento e a novos conflitos.

Foi-nos dito que o acordo publicitado com uma outra organização, resume-se à distribuição de ganhos de produtividade, pela operação em agente único nas marchas em vazia ao nível nacional.

Em função disto, é alterada a fórmula do prémio de condução em que o valor do PCF (Prémio de categoria/função) que é multiplicado com outros valores para a obtenção do valor final passa de 1,60 para 1,90 para a categoria de maquinista e de 2 para 2,1 para os Inspectores de Tracção.

Acrescentam a isto mais as seguintes alterações ao AE Geral;

Prémio de revisão passa de 4,71€ para 4,91€;

Abono Itinerância/deslocação o valor passa de 6,86€ para 7,30€;

As ajudas de custo de 6 até 18 horas, passam de 25€ para 27,5€ e mais de 18 horas passam de 27,26€ para 30€.

Relativamente ao que foi transmitido e sem prejuízo de uma análise colectiva, temos a referir o seguinte:

Estamos perante uma alteração unilateral por parte da administração/governo, de cláusulas do AE Geral sem qualquer negociação com os subscritores do mesmo;

A solução da chamada redistribuição de ganhos de produtividade anunciada, é o retomar de um projecto antigo da operação em agente único, que tem como resultado a redução de postos de trabalho no âmbito dos ORVs, assim como põe em causa a segurança na circulação;

Com isto o governo põe em causa o acordo firmado em 2018 sobre as questões do agente único, na sequência de um conjunto de lutas e greves na empresa contra a redução de postos de trabalho;

Deixa de fora uma parte significativa dos trabalhadores, como se estes não contribuíssem para os ganhos de produtividade;

O serviço que a CP presta é o somatório do trabalho de diferentes categorias profissionais, pelo que as soluções têm de ser gerais, sem prejuízo de soluções específicas de cada uma das categorias, mas nunca dando a ideia de ganhos de uns à custa da estagnação de outros;

A CP no ano passado teve resultados positivos e uma das razões apontadas foi a redução de custos. Houve aqui ganhos de produtividade de todas as categorias profissionais que não foram distribuídos de forma geral.

Lançámos à administração o desafio, se querem evitar o descontentamento generalizado, sem prejuízo da reabertura dos processos negociais já anunciada, façamos uma discussão de redistribuição dos ganhos de produtividade por todos os trabalhadores, sem ser à custa da criação de condições de redução de efectivos, porque o que a CP precisa é de mais ferroviários.

Comunicado SNTSF/FECTRANS