Realizou-se hoje a sessão evocativa da luta de 1968 – Greve da Mala - na Carris, que contou com a presença de participantes nessa luta, com dirigentes e activistas do STRUP e da FECTRANS, com diversas entidades e com a presença da Secretária-geral da CGTP-IN.

Dos participantes na luta de 1968 intervieram o Cordeiro, o Santos, o Virgílio, que foram acompanhados na mesa pelo Terra, que fizeram intervenções relatando alguns dos aspectos e condições em que a luta foi desenvolvida.

Esta luta na forma de os cobradores não levarem as respectivas malas para os autocarros e eléctricos, anulando assim a possibilidade de cobrar bilhetes, foi o culminar de um ano de diversas acções pelo aumento dos salários, que foi a principal das reivindicações apresentadas

As malas ficavam nas estações, cobertas pela bandeira nacional e guardadas pelos trabalhadores e assim aconteceu durante 3 dias e noites, até que as forças policiais intervieram com violência para pôr fim a esta grandiosa luta, tendo posteriormente a polícia política procedido a dezenas de prisões.

Mas a determinação dos trabalhadores da Carris e com medo de que o exemplo alastrasse a outros trabalhadores de outros sectores, o governo fascista cedeu com o aumento dos salários em 20 escudos diários.

Foi uma luta em que os trabalhadores, sob duras condições de repressão, venceram e que reforçou a unidade de todos.

Nas intervenções finais dos coordenadores do STRUP e FECTRANS, assim como da Secretária-geral da CGTP-IN, para além da homenagem à geração que esteve envolvida nessa luta, foi realçado o quanto este exemplo é importante para as novas gerações perceberem que o património de direitos sociais e laborais foi conquistado ao longo de muitas lutas e por muitas gerações.

Esta luta ocorreu num período de uma forte dinamização das lutas operários, que criaram as condições propicias para os acontecimentos do dia 25 de Abril, mas também para a criação da Intersindical Nacional em 1970.