Sobre os resultados da CP em 2022, que de acordo com a notícia do “Público” foram de 8 milhões positivos, merece-nos os seguintes comentários:
Este resultado decorre do cumprimento do Contrato de Serviço Público, que pagou à CP a prestação do serviço público, o que ao longo de muito anos não aconteceu e, em muitos casos, acabaram por ser as empresas públicas a assumir os financiamentos que competiam ao Estado, o que contribuiu para a dívida histórica existente;
Foram resultados na sequência do recorde de transportes de passageiros, o que demonstra a importância que este modo de transporte tem na mobilidade das populações;
Refere a notícia que estes resultados ocorrem também com uma enorme redução de custos, só possível com as medidas de internalização de serviços decorrentes do retorno das oficinas (ex. EMEF) à CP, medida por nós reivindicada durante muitos anos e que agora é demonstrado que tínhamos razão;
Este dado deve ser um incentivo para continuar a internalização de áreas que a CP ainda mantém externalizadas, como é o caso da FERNAVE que deve seguir o mesmo caminho da ex. EMEF, assim como é necessário um processo de reunificação de todo o sistema ferroviário nacional, dotando-o dos meios necessários nas diversas valências;
Realçamos que estes resultados foram obtidos num ano em que, mais uma vez, se verificou uma desvalorização dos salários, em que continua a existir trabalhadores a menos dos necessários para assegurarem o serviço público, com uma frota envelhecida sem se vislumbrar quando começa a ser substituída;
Estes resultados demonstram que a empresa pública CP tem futuro desde que haja vontade política para que a mesma assuma o seu importante papel num sistema nacional de transportes e que há todas as condições para se negociarem a valorização dos salários e das profissões, de modo a fixar os trabalhadores à empresa e se criarem melhores condições para recrutar novos trabalhadores e se fazer a transmissão de conhecimentos entre gerações.