O governo publicou uma portaria que altera as regras da avalização dos Parâmetros de Qualidade dos CTT, não para obrigar esta empresa a cumprir o que estava obrigado, mas sim para reduzir esses mesmos parâmetros e a responsabilidade da mesma.
Perante os sucessivos relatórios da ANACOM, em que demonstrava que os CTT não cumpriam os 24 parâmetros a que estava obrigado, o governo em vez de intervir na defesa dos interesses do País e dos utentes dos correios, opta por alterar as regras, para facilitar a acção incumpridora dos donos dos correios nacionais.
Se ir muito ao pormenor na análise de todo o conteúdo da portaria, destacamos desde já estas duas questões:
- A redução de 24 para 7 os parâmetros de avalização do serviço postal universal pelos CTT;
- Alteração da entidade que fiscaliza actualmente esses parâmetros que é a ANACOM, passando no futuro a ser uma entidade “independente”, mas contratada pelos CTT;
Numa empresa onde a administração privada degrada as condições de trabalho e do serviço prestado às populações, onde os lucros crescem e os administradores recebem milhões de remuneração anual, o governo opta por se colocar ao lado dos interesses privados, em detrimento dos interesses do País.
É mais uma prova que com a privatização, quem ganhou foram só os accionistas e, por isso, renovamos a nossa reivindicação da nacionalização dos CTT.
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